Aprendemos a amar o Papa pelo que ele é, pelo que representa, pelo seu ministério – e não tanto pela pessoa! Acreditamos que Deus nos dá o Papa que precisamos para cada tempo, para cada contexto! Vir para Roma é poder não só estar mais próximo fisicamente do Santo Padre, mas também afectivamente! O ano passado tivemos a graça de participar em algumas celebrações no Vaticano, em algumas audiências gerais… Mas sabemos bem como somos nós, homens! Precisamos também do contacto físico… do olhar, do abraçar, do sentir! No caso do Papa, parecemos os primeiros cristãos: «Se ao menos a sombra de Pedro pousar sobre mim!!!».
Ano 2017… centenário de Fátima… 50 anos da bênção da primeira pedra do actual Colégio Português! Começam os sonhos… o Papa com certeza vai a Fátima, e nós teremos dificuldade em ir. E se… (começam a surgir os pensamentos, os sonhos)… o Papa vier ao Colégio ou nós formos por ele recebidos!? E como «quem não pede, não ouve Deus», e como dizemos na gíria «O não está sempre garantido», o Espírito Santo inspirou o nosso Reitor a escrever uma carta ao Santo Padre! Pedido aceite: 8 de Maio seria esse dia inesquecível para nós. E foi mesmo…
O coração começa a bater mais forte à medida que o dia vai chegando… e mais ainda quando ele chega! E chegou o momento… os hábitos do costume quando se vai ao encontro de alguém tão importante! Avançamos, chegamos, atravessamos as belas salas do Vaticano, e entramos na bela «Sala do Consistório» (que tantos acontecimentos da Igreja ainda conserva), preparada para acolhermos as palavras e a bênção do Papa Francisco!
Aguardamos serenamente, num misto de nervosismo e alegria, e eis que chega o Sucessor de Pedro. Apoteose: o nosso coração e a nossa língua soltam-se para entoar o «Avé de Fátima». Sentamo-nos, escutamos as palavras de saudação do nosso Reitor, que apresenta a história passada e presente do Colégio Português em Roma. Depois desse momento, escutamos as palavras do Santo Padre, que dirige a sua bênção e estima às nossas famílias e países. E centrando o seu discurso em Nossa Senhora, diz-nos: «Un prete che si dimentica della Madre, e soprattutto nei momenti di difficoltà, manca di qualcosa» («A um padre que se esquece da Mãe, sobretudo nos momentos de dificuldade, falta qualquer coisa»). Como sinal dessa ligação que queremos manter com Maria e com a Igreja, oferecemos uma imagem de S. José ao Papa Francisco que o tem como santo de especial devoção.
E chegou aquele momento que todos anseamos… o do cumprimento! Todas as questões que levamos (o que dizer, como será o olhar dele, o que sentirei, etc) se desvanecem diante da ternura de um «Santo Pai», no qual nos sentimos amados, protegidos, alimentados. São cinco segundos que valem por muitos anos. Não foi só a «sombra de Pedro» que pousou sobre nós: foi a sua mão, o seu olhar, o seu coração, o seu sorriso, a sua vida. Obrigado, Papa Francisco, por este momento! Obrigado, Senhora de Fátima, porque ao apareceres em Portugal como janela aberta do Céu para a humanidade, abriste também para nós, membros da comunidade do Pontifício Colégio Português, a experiência ímpar de transportar naquele momento centenas (ou milhares) de vidas que a nós se confiaram para este momento!
Pe. David Palatino