Discurso do Reitor

Texto pronunciado pelo Pe. José Alfredo Gonçalves Patrício, Reitor do Pontifício Colégio Português, a 29 de Janeiro de 2022, na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé, por ocasião da atribuição, ao Pontifício Colégio Português, da Ordem do Infante D. Henrique

 

Excelência Sr. Embaixador António Almeida Lima

Eminência Reverendíssima, 

Excelências Reverendíssimas, 

Reverendíssimos Monsenhores e Reverendos Padres, 

Ilustres Irmãs e demais Religiosos e Religiosas,

Senhoras e Senhores, 

Cari Amici del Pontificio Collegio Portoghese,

 A comunidade do Pontifício Colégio Português recebe, com imensa honra mas também com humildade e gratidão, a Ordem do Infante D. Henrique, que o Estado português, na pessoa do Sr. Presidente da República, hoje lhe confere e recebe das mãos de S. Ex.cia o Sr. Embaixador de Portugal junto da Santa Sé.

O Colégio, instituído canonicamente a 20 de Outubro de 1900, com as letras apostólicas «Rei Catholicae apud Lusitanos» do Papa Leão XIII, tinha já iniciado a sua missão algum tempo antes dessa data. Pelos dados que temos disponíveis, até ao momento, pelo Colégio passaram 1135 sacerdotes como alunos, dos quais oito fizeram ou fazem parte do Colégio Cardinalício; pelo menos, 84 do Colégio Episcopal; e muitos outros assumiram papéis relevantes, quer na sociedade eclesial, quer na sociedade civil, nos seus vários âmbitos, não só em Portugal, mas também um pouco por todo o mundo. O Colégio acolheu, ao longo dos seus mais de 120 anos de história, sacerdotes de mais de 20 países, espalhados pelos quatro cantos do mundo. Vários marcam, hoje, a sua presença nesta cerimónia. 

Este reconhecimento da nação que nos viu nascer e crescer é um tributo, em primeiro lugar, a todos aqueles, que no passado e no presente, formaram e formam esta comunidade. De facto, a história do Pontifício Colégio Português entrelaça-se, não só com a história da Igreja em Portugal, mas com as sucessivas vicissitudes sociais, políticas e culturais dos séculos XX e XII. As sucessivas comunidades viveram o seu período de permanência no Colégio participando das alegrias e esperanças, das tristezas e das angústias dos homens e mulheres de cada tempo pois, como afirma a Const. Gaudium et spes, não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no coração dos discípulos de Cristo (cf. n. 1). 

Por conseguinte, é com alegria e gratidão que me apraz, nesta data, enaltecer o apoio dos Bispos portugueses e da Conferência Episcopal Portuguesa, que aqui hoje está representada pelo Sr. D. Virgílio Antunes, Vice-Presidente da CEP e Bispo de Coimbra. É essa gratidão que se estende a todos aqueles que, ao longo destes mais de 120 anos de história, tornaram possível que o Colégio se abrisse ao mundo, partilhando a cultura e a história de Portugal. Gostaria de relembrar antigos Reitores, entre os quais se encontra S. Em. o Card. José Tolentino Mendonça, aqui presente, antigos (e o actual) Vice-Reitores, Religiosos e Religiosas, nomeadamente da Congregação das Irmãs de S. José de Chambéry (até 1975) e, desde essa data, as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias; e todos os colaboradores e benfeitores que, no passado e no presente, tornaram e tornam possível esta aventura de participar, geograficamente perto dos Sucessores de S. Pedro, nas entrelinhas da história. Hoje somos testemunhas privilegiadas dessa mesma história e a presença de cada um e de cada uma de vós é, para nós, uma honra e uma sentida alegria. 

Ao saudar S. E. o Mons. Edgar Peña Parra, peço-lhe que transmita ao Santo Padre a nossa proximidade, comunhão e a certeza das nossas orações pelo seu ministério como Sucessor de S. Pedro, cujo serviço à Igreja universal nos edifica e encoraja a gastar as nossas vidas com renovada alegria ao serviço dos nossos irmãos. 

Por tudo o que fica dito e por muitas outras coisas que ficam por dizer, gostaria de lhe pedir que transmita ao Sr. Presidente da República o nosso profundo reconhecimento. 

E a si, Sr. Embaixador, e à sua Esposa, nestas circunstâncias, gostaria de, em nome de todos, manifestar a nossa profunda gratidão por estes anos de serviço ao nosso país como representante da nossa nação junto da Santa Sé. E agora que se apresta a abraçar novas funções, desejamos-lhe as maiores felicidades, usando a feliz expressão do nosso poeta Fernando Pessoa: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” (Mensagem). Bem haja!

 

Roma, 29 de Janeiro de 2022

P. José Alfredo Gonçalves Patrício

Reitor

Pontifício Colégio Português